sábado, 29 de janeiro de 2011
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Anti Corpos Emocionais?
Este foi um daqueles momentos que não conseguimos decifrar o sentido da vida.
O precário estado em que se encontram essas crianças e suas famílias nos deixou perplexas, impotentes, frente a algo que não temos a dimensão do "por quê ou do para que"?
Começamos talvez por defesa, a divagar sobre o que é felicidade, jogando uma para a outra a pergunta: Mas você acha que pode haver felicidade nessa forma de viver? Ou ainda: Mas você acha que isso foi uma escolha, vir dessa forma?
Aprendizes que somos (ou tentamos ser) das leis do Karma e Dharma, sutilmente fomos depositando nossas impotências em algo muito mais longínquo da nossa angústia presencial, nos distanciando cada vez mais da nossa própria precariedade de compreensão.
A nossa falta de preparo para tal situação nos protegia de qualquer tentativa de encontrar uma resposta, pois essa implicaria diretamente numa ação.
Deixamos (?) aquele local tristes e sabedoras de que muito pouco podemos fazer, na verdade nada podemos fazer.
Em minha mente rodavam perguntas e respostas sem o menor rumo, desconectadas entre si.
Havíamos acabado de comprar, um pouco antes , numa loja -pega turista," amuletos de jade", sim amuletos para nos proteger!
Com essa mesma quantia eu talvez pudesse verdadeiramente proteger essas crianças por 1 semana, ou pior, um mes?
E só conseguimos chegar a esta conclusão um tanto confortável, para não dizer egoista, narcísica e seus desdobramentos.
Temos excesso de anti corpos emocionais para compreender tudo isso !
Triste.
LK
Siem Reap-Camboja
Floating Houses-Jan/2011
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Travessia ...
Atravessamos o rio Nam Khan numa canoinha típica da região. Antes de embarcarmos estavamos conversando com nosso guia, um ex monge que viveu 14 anos dentro do templo - (Wat).Poom é seu nome, um homem pequenino de olhinhos brilhosos e sorriso constante, contava dos hábitos diários da vida deles, desde a comida que deve ser oferecida a eles, pois os mesmos não podem cozinhar, até a metódica rotina dentro do templo.
Nós duas participamos de uma dessas oferendas às 5:50 da manhã, num ritual que encantou a ambas, num momento onde nítidamente apesar do escuro da noite, ficou tão claro para nós, como o doar e o permitir receber, esta sendo por nós esquecido.
Cada monge abrindo seu bauzinho de comida para esperar humildemente, que cada uma de nós depositasse uma pequena porção de arroz.
Fiquei imaginando as mulheres cozinhando esse" arroz de oferenda", todos os dias, essa presença e doação.
Poom prosseguiu explicando detalhadamente o dia a dia dos monges, com calma ia respondendo nossas perguntas, explicava com tranquilidade como e porque deveria ser usada ( até para dormir) a tradicional roupa alaranjada, que colore nosso olhar a cada momento que andamos pelas deliciosas ruazinhas ao longo do Mekong, repletas de barzinhos, feirinhas noturnas de artesanato, templos, restaurantes, hotéizinhos, casas de massagens, onde uma massagem (divina) de 1 hr, custa US$5!
E foi a partir dessa coleta que nossa conversa versou sobre em como o ocidente precisa de tanto para sobreviver, claro sem entrar em méritos político - econômicos; estavamos divagando sobre os excessos, a forma que necessitamos, ou criamos e verdadeiramente acreditamos na necessidade de termos (?) mais.
Não conseguimos reciclar nossas necessidades, desejos, compreensōes e o excesso de acúmulo não nos faz mais inteiros ou mais felizes. Ao contrário, nos faz mais escassos.
Escassez de afetos genuínos, delicadeza ao próximo, gentileza nas atitudes e gratidão.
A paz e brilho nos olhos que observamos em todos os habitantes que tivemos contato em Luang Prabang, com certeza não vem de nada que sobra ( literalmente), mas de algo que se recicla e reabastece a alma e o espírito.
A tranquilidade que vimos nas mãos experientes das mulheres em seus teares, das crianças brincando no rio, da serenidade dos monges, esta além do excesso.
Repousa num tempo próprio, onde há espaço para a vida no seu ritmo natural gerando esse estado harmonioso que paira sobre esse vilarejo encantado.
O novo, as sincronicidades que vivemos lá, o sentido de estar feliz pelo simples fato de termos olhos, ouvidos, olfatos e milhares de outros sentidos se apurando para receber algo tão diferente, como aquela cidadezinha se revelando à nós!
LK
Luang Prabang ficará encravada em nossos poros para sempre, como um daqueles benéficos "espaços-entre".LK
domingo, 16 de janeiro de 2011
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Espaços-Entre
Em nossos preparativos para a viagem, eu e Silvia passamos ou tentamos passar, um pente fino em várias possibilidades da nossa ida à Asia.Após escolhermos detalhadamente o roteiro, deixamos o tempo da espera, ao tempo do desconhecido, que por muitas vezes permeado da ansiedade que brota naturalmente desse tipo de viagem, nos faz prisioneiros das melhores odisséias que poderíamos viver caso não saibamos nos deixar à deriva do novo, dos imprevistos, do que esta por vir.Nos permitimos então, ficar nesse lugar desconhecido, o de dentro e o de fora.
Esse tempo de espera, dos espaços entre o conhecido e o inusitado, essa percepção dos "Espaços –Entre", é neles que nasce a possibilidade de sair de um lugar a outro, parece banal, mas não é assim tão simples.Essa trajetória que todos nós perseguimos ao longo de nossas vidas, essa nova descoberta recheada de infinitas possibilidades, esse é o espaco entre.Soltar o conhecido e se lançar ao desconhecido.Aquele momento que abrimos mão do seguro e nos lançamos ao in-seguro.Como identificar esses momentos? Você já escutou o som entre uma nota e outra? Já conseguiu escutar apenas a “vibração” do som? Ficar nessa vibração, sem o vício de voltar para a busca do som conhecido?
Se quisermos conhecer algo realmente novo, temos que treinar nossos ouvidos, ou melhor, nossa escuta à novas percepçōes, novas vibraçōes.
Para esta nova escuta, temos que nos permitir caminhar para além dos domínios dos ruídos conhecidos.
Necessitamos de quietude e generosidade para conosco , onde julgamento algum faz o menor sentido.
Assim nos encontramos em Luang Prabang, assim estamos nos permitindo viver algo novo e sem nada possível com o que comparar.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Sukothai
Entramos na Asia, pelas portas de Bangkok - Thailand.
"A Terra dos Sorrisos".
Uma terra coberta de montanhas, abundantes florestas com vida selvagem,orquídeas, plantas exóticas, rios caudalosos que correm até as aguas quentes do golfo, acompanhados por quilômetros de praias douradas.
Homens e mulheres com sorriso de fácil acesso.
O entardecer prateado nos canais e o caos na hora do rush.
Os deuses habitando cada templo, e seus habitantes, que em sinal de respeito se inclinam nos seus " pujas" antes de cada meditação, frente a enormes ou pequenos Buddhas, dourados, de esmeralda, reclinados...
Saimos encantadas do Grand Palace, do Wat Traimir ( templo do Buddha de ouro), Wat Po,Wat Phra Kaew ( Buddha de Esmeralda) assistimos a uma celebração de aniversário, com mantras e 10 monges sentados lado a lado numa longa fileira.
As pessoas chegando e fazendo seus pedidos e suas entregas, flores, velas, incensos e frutas, antes da meditação.
E agora ao sair dos templos, com os olhos e os ouvidos do ocidente se inclinando ao oriente, tentando abrir espaços para algo tão diferente de tudo que conhecemos,tentando juntar as contradiçōes.
Buddhas, monges, templos, mantras e reverências de dia.
E na noite anterior, fomos à famosa rua Patpong, assistir a um show de " Ping- Pong" , ou seja pompoarismo.
Como num mesmo lugar, convivem lado a lado, diferenças tão gritantes?
Como diria Osho: Arranhe um pouco mais o santo e terá o pecador!
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
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